Consignado CLT: Crescimento, Oportunidades e Tendências para 2025

Imagem destaqueO mercado de crédito consignado está passando por uma transformação significativa. Com as recentes mudanças regulatórias, o consignado CLT ganhou novo fôlego e começa a se consolidar como uma alternativa relevante para trabalhadores da iniciativa privada. Em abril, essa modalidade cresceu 7,4%, impulsionada pela medida provisória que simplificou as regras e ampliou o acesso ao crédito.

Essa retomada mostra não apenas o potencial do produto, mas também a capacidade do setor financeiro de adaptar-se rapidamente a novas diretrizes e demandas sociais. Entretanto, para os correspondentes bancários (corbans), o cenário ainda é de incerteza. Apesar dos números expressivos, a realidade operacional está longe de ser simples: muitos enfrentam dificuldades com os fluxos de averbação, prazos longos de liberação e uma baixa procura inicial por parte dos trabalhadores CLT. O produto está em fase de entendimento e maturação, tanto por parte dos consumidores quanto dos próprios bancos.

Portanto, embora os dados indiquem crescimento, o momento exige cautela, alinhamento operacional e uma escuta ativa do mercado por parte dos agentes. Os próximos meses serão cruciais para ajustes que permitirão aos corbans explorar o verdadeiro potencial dessa nova modalidade.

Crescimento impulsionado pela regulação

Desde março, com a reformulação da linha de consignado CLT pelo Governo Federal, o crédito com desconto em folha para trabalhadores da iniciativa privada ficou mais acessível. Uma das principais mudanças foi permitir que o trabalhador contrate diretamente com a instituição financeira, sem a intermediação do empregador.

Essa alteração foi fundamental para destravar o mercado, eliminando uma barreira operacional que limitava o alcance da modalidade. Ao cortar intermediários, o novo modelo aumentou a autonomia do trabalhador, reduziu o tempo de contratação e facilitou o acesso ao crédito formal. “Em abril, o volume de empréstimos atingiu R$ 5,6 bilhões, um aumento de 148,7% em relação a março, segundo o Banco Central. Isso demonstra a forte adesão à nova modalidade e confirma o ritmo acelerado da expansão.” Portanto, esse desempenho demonstra o apetite do mercado e a receptividade da população a esse tipo de solução.

Portabilidade facilitada e carteira digital

A digitalização é outro fator essencial. Desde junho, a portabilidade do consignado CLT pode ser feita diretamente pela carteira de trabalho digital. Isso representa um salto em termos de conveniência, segurança e agilidade para o consumidor, que agora pode comparar ofertas, solicitar migração e formalizar operações sem sair de casa.

Esse avanço reduz barreiras e amplia o poder de escolha do trabalhador, criando um ambiente mais transparente e competitivo. Por esse motivo, trata-se de uma oportunidade para instituições financeiras ganharem eficiência operacional e atraírem clientes com propostas mais agressivas. Além disso, estima-se que, com esse impulso tecnológico e regulatório, o mercado de consignado CLT possa alcançar até R$ 300 bilhões nos próximos anos — um crescimento que exige preparo, inovação e estratégia.

crédito clt

Juros em alta, mas com tendência de queda

Em abril, a taxa de juros média do consignado CLT atingiu 59,1% ao ano, ou 3,94% ao mês. Esse patamar representa o maior registrado desde o início da série histórica do Banco Central em 2011, acendendo um alerta sobre o custo real do financiamento. Essa alta está ligada a dois fatores principais: o aumento no volume de novos clientes com perfis de crédito variados e a fase inicial de ajustes operacionais da nova linha, ainda em amadurecimento.

A principal aposta está na implementação do uso do FGTS como garantia, prevista para entrar em vigor a partir de julho. A regulamentação permite que, em caso de demissão, até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória sejam utilizados para quitar o saldo devedor. Por consequência, espera-se maior segurança nas operações e taxas mais acessíveis para os trabalhadores.

Esse movimento, embora preocupante, é comum em fases iniciais de implementação de produtos financeiros em larga escala. Como resultado, as instituições financeiras tendem a adotar uma postura conservadora até consolidar a performance da carteira. No entanto, tanto o Ministério da Fazenda quanto o Banco Central projetam uma redução gradual dessas taxas. A principal aposta está na implementação do uso do FGTS como garantia, prevista para entrar em vigor a partir de julho. Por consequência, espera-se maior segurança nas operações e taxas mais acessíveis para os trabalhadores.

Espaço estratégico para fintechs e promotoras

O novo consignado privado representa uma oportunidade estratégica de expansão para diferentes perfis de negócios do setor financeiro, incluindo fintechs e correspondentes bancários. De forma geral, o novo formato impulsiona um ambiente mais competitivo e exige dos players mais agilidade, tecnologia e adaptação às novas demandas do público CLT. Nesta nova fase, diferenciação e inovação passam a ser essenciais — mas o caminho varia de acordo com o modelo de atuação de cada empresa, como veremos a seguir.

Fintechs:

Para as fintechs, o ambiente é propício para escalar soluções digitais que automatizam a jornada de crédito. A possibilidade de escalar operações com estruturas de custos mais eficientes, aliada à capacidade de oferecer uma experiência 100% digital, fortalece sua posição no mercado. Investimentos em tecnologias como onboarding digital, análise preditiva de crédito e integração via API com o sistema bancário são diferenciais competitivos. Com um público de até 47 milhões de trabalhadores CLT, o volume de operações tende a crescer exponencialmente, especialmente entre os mais conectados. Segundo a UY3, o volume movimentado já ultrapassa R$ 13 bilhões, e há espaço para esse número quadruplicar, desde que os players saibam posicionar-se de forma estratégica e complementar.

Corban:

Já para os correspondentes bancários e promotoras, o foco está na capilaridade, na presença física e no relacionamento próximo com o cliente final. Nesse novo cenário do consignado CLT, é essencial que essas empresas se modernizem sem perder sua principal vantagem: a conversão baseada em confiança e atendimento consultivo. Ainda assim, a realidade atual impõe desafios operacionais importantes: os processos de averbação têm sido burocráticos, os bancos ainda ajustam seus sistemas e a procura inicial pelo produto tem sido modesta. Muitos trabalhadores ainda desconhecem ou não compreendem totalmente essa nova linha de crédito.

Portanto, além de investir em capacitação e ferramentas de venda, é estratégico para os corbans atuarem também na conscientização do público, criando abordagens educativas e orientadas para o valor do produto. Parcerias com empresas privadas, atuação dentro dos RHs e presença ativa nas plataformas digitais são diferenciais que podem acelerar o volume de contratos.

Essas ações, quando bem executadas, garantem escalabilidade com controle de qualidade, fortalecendo a posição dessas empresas frente à transformação digital do mercado.

estratégia

Impactos da Selic e cenário macroeconômico

A taxa Selic, mantida em 14,75% ao ano, com projeções de cortes apenas para o primeiro trimestre de 2026, ainda impõe um custo elevado ao crédito tradicional. No entanto, o consignado se destaca por oferecer risco controlado e margem de juros mais favorável, especialmente em um ambiente de inadimplência crescente.

Com a inflação projetada acima do centro da meta e o consumo interno em alta, o crédito consignado torna-se uma ferramenta relevante de reorganização financeira das famílias. Por isso, o cenário atual exige prudência das instituições, mas também oferece uma oportunidade de reavaliar produtos, processos e abordagens. A tendência é de crescimento com foco em sustentabilidade, segurança e personalização.

Conclusão: um novo capítulo para o consignado CLT

As mudanças recentes transformaram o consignado CLT em uma alternativa mais moderna, acessível e promissora. A digitalização, a expectativa de queda de juros e o uso do FGTS como garantia desenham um cenário favorável para quem deseja crescer no mercado de crédito.

Fintechs, promotoras e bancos que souberem atuar com agilidade, tecnologia e foco em experiência do cliente terão um diferencial competitivo importante. Por fim, o momento é de ação estratégica, inovação e reposicionamento. As empresas que souberem se adaptar a esse novo ciclo têm a oportunidade de liderar um mercado em plena expansão.

Vem com a 2tech!

Gostou deste conteúdo? No nosso blog, você encontra mais análises, notícias e tendências que impactam diretamente o mercado de crédito consignado, fintechs e promotoras.

Aproveite para explorar outros artigos, se manter atualizado e tomar decisões mais estratégicas.

🚀 Se você quer acompanhar essas atualizações em primeira mão, siga nosso canal no WhatsApp e ative as notificações — conteúdos práticos, diretos e relevantes para quem atua no setor. Aproveite também para interagir conosco: sua opinião, dúvidas e experiências ajudam a enriquecer os debates e tornam nossa comunidade ainda mais forte.

📲 E para uma dose diária de dicas rápidas, bastidores do mercado e insights exclusivos, nos siga também no Instagram! Estamos por lá com tudo o que você precisa saber para sair na frente.

Fonte: CNN, Finsiders, Valor Globo e R7

Gostou do artigo? Compartilhe!
Facebook
LinkedIn
Email
WhatsApp
Telegram

Inspire-se com insights que transformam negócios como o seu!