Selic em alta até 2026: o que muda para o mercado de crédito?

Selic em alta até 2026: o que muda para o mercadoA taxa Selic está em 14,75% ao ano e, segundo o Morgan Stanley, deve continuar nesse nível até pelo menos o fim do primeiro trimestre de 2026.

Essa manutenção prolongada da taxa básica de juros tem impacto direto no setor de crédito, exigindo atenção redobrada e estratégias inteligentes por parte de gestores, promotoras e fintechs.

Com o crédito mais caro e a inflação ainda resistente, é essencial entender como esse cenário afeta as operações e o comportamento dos consumidores.

Expectativas divididas e um possível novo aumento

Apesar da sinalização do Banco Central de manter os juros estáveis, analistas e agentes financeiros já não descartam uma nova elevação da Selic. Inclusive, rumores indicam a possibilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual ainda neste mês, o que intensificaria o atual ciclo de aperto monetário.

A próxima reunião do Copom está prevista para ocorrer em 17 e 18 de junho de 2025.

As projeções oficiais indicam que a inflação só deve convergir para a meta de 3% em 2027. Isso significa que o Banco Central deve continuar utilizando os juros altos como instrumento para controlar a inflação e manter a credibilidade de sua política monetária.

Portanto, para quem atua com crédito, é hora de recalibrar o planejamento com base nessa realidade prolongada.

Incerteza política e fiscal pressiona decisão do Copom

Além das questões técnicas, o cenário político adiciona uma camada extra de incerteza. Por exemplo, as idas e vindas do governo em relação ao aumento do IOF aumentaram a percepção de risco fiscal e provocaram reações imediatas no mercado.

Essa instabilidade levou o BC a reforçar o discurso de “higher for longer”, ou seja, manter os juros altos por mais tempo.

As falas de Gabriel Galípolo, presidente do BC, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, sinalizam que a prioridade é conter a inflação, mesmo que isso implique manter o crédito caro por um período prolongado.

Discurso de Lula e pressão política sobre a Selic

O presidente Lula voltou a cobrar publicamente a redução dos juros, afirmando que a inflação está controlada e que o Banco Central deveria agir em breve. Essas declarações ocorrem às vésperas da próxima reunião do Copom e, por consequência, reacendem o debate sobre a independência do BC.

Embora os preços dos alimentos tenham caído e o IPCA esteja dentro da margem de tolerância, o BC segue cauteloso.

A gestão da política monetária precisa equilibrar a retomada econômica com a necessidade de conter pressões inflacionárias futuras. Portanto, esse cenário exige prudência de todos os agentes do setor.

Focus: mercado projeta inflação alta e Selic estável em 2025

De acordo com o último Boletim Focus, divulgado pelo BC, o mercado ajustou suas projeções:

  • Inflação de 2025 recuou levemente de 5,50% para 5,46%.
  • PIB de 2025 estimado em 2,13% e de 2026 em 1,80%.
  • Selic mantida em 14,75% para 2025, com expectativa de queda para 12,50% em 2026.
  • Câmbio estável: R$ 5,80 para 2025 e R$ 5,90 para 2026.

Esses dados reforçam que a política monetária seguirá restritiva no curto prazo, mesmo com pressões por flexibilização. Ou seja, o alívio nos juros pode demorar mais do que o esperado.

Impactos no mercado de crédito: como se preparar

Para quem atua com crédito, os impactos da alta da Selic são imediatos e significativos:

  • Custo de captação maior: instituições financeiras enfrentam dificuldade para repassar o aumento dos juros ao consumidor final, devido ao teto de juros vigente no crédito consignado. Isso pressiona diretamente a margem de lucro das operações e pode levar à revisão de comissões pagas aos correspondentes, além de eventuais bloqueios na liberação de novos contratos.
  • Possível aumento na demanda: embora a Selic alta encareça o crédito, o aperto financeiro pode aumentar a busca por consignado. Muitos recorrem a esse recurso para aliviar o orçamento ou quitar dívidas. Dessa forma, é fundamental atenção das promotoras para evitar inadimplência e orientar os clientes sobre uso responsável do crédito

Estratégias para atravessar o cenário com segurança

Diante desse contexto, é fundamental que promotoras (corbans) e fintechs adotem medidas concretas, cada uma com foco em suas realidades operacionais, para manter a saúde financeira do negócio:

Para fintechs:

  1. Investimento em tecnologia e dados: intensifique o uso de soluções analíticas e automação para refinar a análise de crédito e reduzir riscos, especialmente diante de um mercado mais volátil.
  2. Eficiência operacional: reavalie os processos internos, buscando otimizar custos sem comprometer a experiência do cliente ou a agilidade na liberação do crédito.
  3. Gestão de funding: antecipe-se às necessidades de caixa, buscando diversificar fontes de captação e negociar condições mais vantajosas junto a investidores e parceiros.

Para promotoras e correspondentes (corbans):

  1. Revisão de metas e comissionamento: com margens mais apertadas, é essencial alinhar metas comerciais à nova realidade do mercado e renegociar comissionamentos de forma sustentável com os bancos parceiros.
  2. Fortalecimento da relação com o cliente: aproveite o contato direto para educar financeiramente o consumidor, explicando os riscos do superendividamento e orientando sobre o uso consciente do crédito.
  3. Necessidade de diversificação: com a Selic alta e margens apertadas, depender só do consignado é arriscado. Vale explorar convênios com novos órgãos públicos, além de ampliar a oferta com produtos como crédito pessoal, cartão consignado e cartão benefício.

Separando as estratégias conforme o perfil de cada tipo de operador, o setor consegue atravessar o momento com mais assertividade. Além disso, mantém sua relevância e estabilidade mesmo em cenários de juros elevados.

Conclusão: olhar estratégico para atravessar o ciclo de juros altos

A manutenção da Selic em níveis elevados até 2026 exige uma postura proativa das empresas que atuam no setor de crédito, especialmente em um cenário de margens apertadas e pressão por resultados. Nesse contexto, é fundamental que cada organização — seja uma promotora ou uma fintech — reavalie seus processos, estratégias e relacionamentos.

Investir em eficiência operacional não é apenas cortar custos, mas buscar formas de entregar mais valor ao cliente com menos recursos.

O uso inteligente da tecnologia pode facilitar esse processo. Além disso, a educação financeira deve ser encarada como um pilar para reduzir inadimplência e fidelizar o público-alvo. Nesse ambiente desafiador, a competitividade será determinada por quem conseguir se adaptar com agilidade e manter a sustentabilidade do negócio no longo prazo

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Fonte: CNN, InfoMoney, Seu Dinheiro, Exame e Seu Crédito Digital

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