Na última semana, a notícia de um vazamento de dados do Google sacudiu o mundo da tecnologia. Afinal, segundo pesquisadores da Cybernews, foram expostas cerca de 16 bilhões de senhas e credenciais, em um dos maiores incidentes de segurança digital já registrados. Plataformas como Google, Apple, Facebook, GitHub, Telegram e até serviços governamentais estão entre os alvos citados.
O que mais preocupa? Os dados não são antigos. Pelo contrário, eles são recentes, organizados por URL, login e senha, o que facilita ataques em larga escala. O FBI emitiu um alerta urgente, especialmente para golpes por phishing via SMS, que se aproveitam dessas credenciais para aplicar fraudes em massa.
Ainda que especialistas questionem o volume exato (alguns apontam possíveis duplicidades), a conclusão é uma só: nunca estivemos tão expostos.
O que isso tem a ver com o mercado de crédito?
Se você é gestor de uma promotora, fintech ou banco, precisa entender: a segurança não é mais um diferencial, é um fator de sobrevivência. Afinal, os riscos aumentam a cada dia.
No setor de crédito, lidamos diariamente com dados sensíveis, senhas, CPFs, contratos, movimentações financeiras, credenciais bancárias e leads comerciais. Um vazamento pode significar:
- Perda de credibilidade com parceiros e bancos, o que pode resultar em restrições operacionais e comerciais imediatas;
- Bloqueio de operações por parte dos bancos, fintechs e plataformas integradas, prejudicando diretamente sua capacidade de gerar receita;
- Multas severas e auditorias por descumprimento da LGPD, que podem afetar financeiramente e exigir ajustes complexos na operação;
- Danos à imagem e reputação no mercado, comprometendo negociações futuras e a confiança de clientes e parceiros;
- Exposição da sua carteira de clientes, permitindo que concorrentes acessem e utilizem esses contatos para prospecção direta.
Após esse vazamento de dados do Google, mais do que nunca, proteger dados tornou-se uma exigência estratégica. Portanto, ferramentas de controle de acesso, autenticação em dois fatores, recadastramento de usuários e backups automatizados deixaram de ser recursos técnicos e passaram a ser pilares de governança digital.
Ferramentas estratégicas contra vazamentos e riscos internos
1. Autenticação em duas etapas (2FA)
Diante do recente vazamento de dados do Google, o próprio reforçou a urgência de utilizar autenticação em duas etapas. Afinal, esse mecanismo adiciona uma camada extra de proteção ao exigir um segundo fator (como um código gerado por aplicativo) além da senha. Assim, mesmo que uma senha seja comprometida, o acesso ao sistema ainda estará bloqueado para o invasor.
Soluções modernas permitem configurar o 2FA de forma flexível, tanto para que o próprio usuário ative voluntariamente quanto para que a empresa o imponha como requisito obrigatório. Além disso, os aplicativos mais comuns para isso são o Google Authenticator e o Microsoft Authenticator, amplamente compatíveis com plataformas corporativas.
Além de mitigar riscos de acesso indevido, o 2FA traz um efeito psicológico positivo. Portanto, colaboradores passam a perceber a segurança como prioridade e se tornam mais cuidadosos no dia a dia digital.
Dica prática: implemente como padrão para todos os perfis com acesso privilegiado, como MASTER, financeiro, comercial estratégico e administrativo. Essa decisão simples pode evitar prejuízos sérios decorrentes de invasões com senhas vazadas.
2. Política de senhas e sessão segura
Senhas fracas e reutilizadas estão entre os principais vetores de ataque, especialmente em ambientes corporativos onde o compartilhamento de credenciais ainda é comum. Por isso, hackers se aproveitam de combinações previsíveis ou senhas repetidas em múltiplas plataformas para invadir sistemas sem chamar atenção.
Para mitigar esse risco, é essencial implementar políticas de segurança eficazes. Portanto:
- Exigir senhas fortes com ao menos 8 caracteres, incluindo letras maiúsculas, números e símbolos;
- Definir a troca obrigatória de senhas a cada 60 ou 90 dias;
- Bloquear automaticamente o acesso após múltiplas tentativas de login incorretas;
- Encerrar sessões inativas após determinado tempo para evitar acessos indevidos em dispositivos esquecidos.
Além dessas medidas, o uso de gerenciadores de senhas, como o KeePassXC, deve ser incentivado entre os colaboradores. Dessa forma, reduz-se a dependência da memória humana, evita-se anotações inseguras em papel ou arquivos locais, e garante-se senhas únicas para cada sistema usado no dia a dia corporativo.
Essas práticas, quando combinadas, formam uma barreira poderosa contra invasões e perdas de dados por negligência ou falhas humanas.
O que você pode fazer agora?
O megavazamento de senhas não foi o primeiro. E, infelizmente, não será o último. No entanto, a boa notícia é que há caminhos concretos para prevenir falhas e se antecipar a riscos.
A segurança começa com informação e se consolida com prática. Pensando nisso, especialistas do setor vão conduzir um Aulão do 2tech, sobre práticas de segurança na operação, de forma gratuita, voltado para gestores e operadores que querem elevar o nível de proteção da operação.
No aulão, você vai aprender:
- As principais funções de segurança do sistema, com orientações práticas para aplicar imediatamente;
- Quais perfis de acesso devem ser priorizados em termos de proteção e como definir políticas eficazes de autenticação e privilégio;
- Como fazer uma varredura nos acessos atuais, identificar falhas comuns e ajustar rapidamente o sistema para reduzir riscos internos e externos;
- Sessão de perguntas e respostas ao vivo com especialistas para tirar dúvidas específicas do seu ambiente operacional.
O aulão será uma oportunidade de sair da teoria e entender, na prática, como sua operação pode se blindar diante de ameaças cada vez mais frequentes.
Amanhã às 15:00 – Ao vivo
Vem com a 2tech!
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Fonte: InfoMoney, G1, Extra